Como Lidar com a Solidão
- Isabella Faria
- 28 de mar.
- 2 min de leitura
"Há solidões que são desertos sem fim, e outras que cabem na palma da mão." Essa frase, ecoando a sensibilidade de Clarice Lispector, nos lembra que a solidão não é uma só – ela muda de forma, de peso e de significado conforme a vida nos atravessa. Pode ser um abraço que falta, um silêncio que dói ou, paradoxalmente, um encontro profundo consigo mesmo.

Entendo que a solidão nunca é apenas individual: ela fala de laços rompidos, de tempos acelerados que não deixam espaço para o afeto, de uma sociedade que, mesmo hiperconectada, muitas vezes fracassa em nos conectar de verdade.
Mas e quando a solidão bate à porta? Alguns a tratam como inimiga, outros como velha conhecida. A verdade é que ela pode ser ambas – e é justamente nesse paradoxo que mora a possibilidade de transformação. Que tal experimentar, como sugeria o poeta Manoel de Barros, "desaprender" um pouco a pressa? Observar a solidão sem julgamento, perguntar-se: O que ela veio me ensinar? Pode ser um convite a resgatar hobbies abandonados, a escrever cartas para si mesmo, a descobrir que, às vezes, estar só é o primeiro passo para deixar de se sentir sozinho.
A terapia pode ser um farol nesse caminho, ajudando a distinguir a solidão que aprisiona daquela que liberta. Porque há uma solidão que dói e precisa ser cuidada – com vínculos, com redes de apoio, com a coragem de pedir ajuda. E há outra, íntima e necessária, onde germinam nossa autonomia e criatividade. Como sementes que precisam de terra e escuridão para brotar, talvez precisemos de certas solidões para florescer.
E você, como tem dialogado com suas solidões? Venha conversar sobre isso no espaço seguro do consultório.